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Uma viagem ao coração do sertão da Bahia. Tem lugares fantásticos

Publicado em: 11/03/2024
Por: Silvanice Teresa
Atenção: Caso qualquer das fotos que ilustram essa matéria seja de sua autoria nos informe via WhatsApp (71) 9.9982-6764 para que possamos inserir o crédito ou retirar imediatamente.

Em visita à Bahia, deixe de lado o tradicional roteiro do litoral e suas fantásticas praias de norte a sul do estado, ou clima meio montanhoso e místico da Chapada Diamantina, com suas trilhas, rios e cachoeiras, e embarque em outro tipo de turismo e aventura: o sertão. E para enveredar por esses caminhos, o melhor é fazer o turismo rodoviário a partir de Salvador em direção a Paulo Afonso, a metrópole do norte do sertão da Bahia, com 120 mil habitantes e uma boa infraetrutura turística e hoteleira.

O primeiro passo é alugar um carro, de preferência um veículo de porte médio que eventualmente possa trafegar sem problemas em estradas de chão. Hoje a maioria das localidades baianas tem ligação asfáltica e, portanto, a viagem até Paulo Afonso, 440 quilômetros da capital, poderá ser feita sem problemas. Saia ao nascer do dia, pois nessa região a temperatura durante o dia costuma chegar próximo aos 40 graus. Roupas leves e muita água para o trajeto são fundamentais.

Pegando a estrada, pela BR-324, siga até a BR-101, antes de Feira de Santana, em direção norte. Logo após a cidade de Alagoinhas, pega a BR-110 em direção a Paulo Afonso. A partir daí você estará entrando na parte norte do sertão baiano. Vai passar por cidades como Inhambupe, Nova Soure, Cipó e Ribeira do Pombal. Na saída de Ribeira do Pombal, já com o sol alto, um pequeno oláises à beoira da estrada tem água de coco em abundância, e muita fruta, queijo caseiro, beijus e doces caseiro. Aproveite.

Siga depois direto para Paulo Afonso, não se preocupando em parar nas cidades de Cícero Dantas, ou Jeremoabo, pois melhor chegar ao destino e buscar uma boa hospedagem e descansar. As melhores sugestões são o Belvedere ou o San Marino, mas existem outros bons hotéis na área central da cidade. Descanse e reserve a tarde para conhecer a cidade e preparar o roteiro para ser iniciado no dia seguinte. Não se esqueça que Paulo Afonso está a 460 quilômetros de Salvador , 280 quilômetros de Aracaju, 480 quilômetros de Recife e 380 quilômetros de Maceió.

As noites em Paulo Afonso, principalmente entre outubro e março, são normalmente quentes. Por isso prefira camisetas, shorts e bermudas para andar pela cidade. A melhor dica é um jantar em um dos inúmeros restaurantes na área central. Se você não conhece a tilápia ou surubim, peixes de água doce comuns no sertão baiano, as sugestões podem ser o Restaurante San Marino, que serve esses peixes gralhados ao molho de maracujá ou alcaparras,e pratos típicos do sertão como picanha assada, linguiça de bode. Ou o Aconchego Do Egídio, que além de carnes tradicionais, serve, tilápia, camarão, salmão e surubim.

O complexo hidrelétrico

O melhor é contratar um guia, pois é preciso autorização para visitar algumas áreas da CHESF- Companhia Hidro Elétrica do São Francisco. O complexo iniciou a construção de suas usinas em Paulo Afonso no ano de 1949. Hoje, estão instaladas na região, num raio de cinco quilômetros e interligadas. São as usinas hidrelétricas de Apolônio Sales, na divisa de Paulo Afonso com a cidade de Delmiro Gouveia (AL) e as Usinas Paulo Afonso, I, II, III e IV. Fora do perímetro da cidade estão Luiz Gonzaga, em Petrolândia (PE) e Xingó, na divisa dos Estados de Sergipe e Alagoas. A Usina PA.IV possui uma das maiores cavernas do mundo, com 210 metros de extensão, 24 de largura, 55 de altura.

Cachoeira de Paulo Afonso

A queda d’água não é exatamente a mesma que D. Pedro II visitou em 1859. Embora ainda muito bonita, a cachoeira de 80m foi alterada pela construção da barragem. O anúncio da abertura das comportas é um espetáculo especial que atrai muitos visitantes. Com o longo período de seca, essa cachoeira está bastante reduzida, mas mesmo assim a força das águas, que permite o movimento das turbinas, ainda é um espetáculo. Passeios nas proximidades das quedas são permitidos com o acompanhamento de guias credenciados.

Bonde do Angiquinho

O bondinho suspenso usado pelos funcionários também transporta turistas. A 80 metros do solo, ele percorre 360metros sobre o rio São Francisco, ligando Paulo Afonso a Delmiro Gouveia, já em território alagoano. O passeio proporciona vista privilegiada da Cachoeira de Paulo Afonso, da Furna do Morcego e do Salto de Cruatá. Funciona das 8h às 17h.

Fora da cidade

Paulo Afonso é uma ilha fluvial interligada com uma ponte, formada pelas águas represadas das usinas hidrelétricas. Por isso na entrada da cidade tem uma praia fluvial, a Prainha, com dois quilômetros de extensão, onde costuma ser realiz\ado o carnaval da cidade. Nela há restaurantes e são alugadas lanchas, pedalinhos e banana boat.

Ponte Metálica D. Pedro II

Construída em 1958, a ponte, parte da BR-110, liga os dois lados do cânion do São Francisco, entre a Bahia e Alagoas. Com 90metros de altura, era utilizada por praticantes de bungee jump e base jump, até que as autoridades acabaram com a festa, alegando falta de segurança.

Ilha do Urubu

O caminho para a ilha atravessa uma área de preservação ambiental onde ficam a Furna do Morcego (um dos esconderijos de Lampião), cachoeiras e lagoas naturais. Nesta ilha existem diversos mirantes. Tem um mini-zoológico, e o restaurante do Mirante do Teleférico, com vistas para o cânion do São Francisco, o Salto de Cruatá, as torres da CHESF e as barragens. O topo do edifício, envidraçado, oferece vista 360º da paisagem. O acesso a esse último mirante só é possível com autorização da CHESF e acompanhamento de guias credenciados.

Mirante do Cachimbo

Dele se avistam a Barragem de Moxotó, a Usina Apolônio Sales, as Tomadas de Água das Usinas Paulo Afonso I, II e III e as Comportas do Capuxu. Sobre o Lago Delmiro Gouveia. Acesso por passarela de 20metros.

Cânion

O cânion do São Francisco, que vai do Lago do Motoxó até a cidade de Piranhas, em Alagoas, é um dos maiores do mundo. Seus 65 km de paredões rochosos têm entre 30m e 170m de altura. Um serviço de catamarã permite conhecê-lo de perto. Pier do povoado de Rio do Sal, a 15 km do centro. Passeio de 3h ou 5h. O passeio dura aproximadamente três horas sendo 1 (uma) reservada para banho em local devidamente sinalizado e com guias e salva-vidas..

O Canyon do Rio São Francisco é formado por um vale profundo, escavado na rocha. As encostas apresentam-se com diversas formas de relevo formadas pela ação erosiva da água e dos ventos. Dos 65 quilômetros do cânion, que começa em Paulo Afonso e vai até a Barragem de Xingo, 17 são de cânion natural com paredões com mais de 110 metros de altura

Serra do Umbuzeiro

Com uma altitude de 507m, o topo da serra, que oferece vista da cidade, é ponto culminante do município de Paulo Afonso. A trilha em meio a vegetação semi-árida que leva ao cume não oferece muitas dificuldades. No caminho, há grutas e curiosas formações rochosas. Não se esqueça de levar água e protetor solar. A trilha começa no Distrito de Riacho, a 25 km do centro.

Furna do Morcego

Esta gruta serviu de esconderijo para Lampião e seu bando e fica nas encostas do cânion do São Francisco, próxima à Cachoeira de Paulo Afonso. Acesso pela trilha que sai da Usina Angiquinho.

Raso da Catarina- Outro ponto pitoresco do município é uma parte do Raso da Catarina, que se estende por vários municípios. Há cerca de 40 quilômetros do centro de Paulo Afonso encontra-se o local conhecido como Baixa do Chico, na divisa com o Brejo do Burgo, município de Glória. Ali existe um cânion seco de cerca de 12 quilômetros de extensão , com curiosas formações de arenito.

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